New Bomb Turks e o álbum que salvou o punk-rock

Clássico do punk-rock, "Destroy Oh-Boy!!!!" foi o álbum de estreia dos New Bomb Turks, banda de Ohio, USA.
Editado em 1993, no auge do grunge, foi um álbum que trouxe o punk rock de volta às suas raízes, fazendo esquecer as todas as tretas associadas ao punk (cristas, snifar cola, casacos de cabedal e demais adereços).
A banda foi formada por quatro licenciados da Ohio University e lançaram aquele que foi considerado um dos melhores álbuns de punk-rock de todos os tempos:

Não consigo explicar bem o que senti quando ouvi este disco pela primeira vez, a melhor forma que consigo encontrar é dizer que este disco foi o meu "Nevermind" (Nirvana), foi o meu "Revolver" (Beatles), foi o meu "London Calling" (The Clash), etc. É um autêntico clássico e duvido que sejas um frequentador habitual deste blog e que ainda não o tenhas ouvido uma centena de vezes. Ao vivo então foram simplesmente brilhantes, como podem comprovar aqui (apesar do público não ajudar):

Musicalmente falando, nota-se a influência pelo garage-rock do início da década de 60, punk dos anos 70, e hardcore dos anos 80. Para explicar isto um pouco melhor, foi gravado como garage-rock (o baixo orçamento e tempo de gravação), tem a base do punk dos três acordes, mas são principalmente acordes menores e tocados de forma rápida (hardcore).
Nos comentários tens acesso a este disco ALTAMENTE recomendado!!!!!!!

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The Portugal Japan - as Ramones japonesas

As Portugal Japan são um trio feminino de Kumamoto, Japão fortemente influenciado pelo garage-rock dos Sonics e pelo punk dos Ramones e MC5.
Todas adoptaram o mesmo apelido (Le End) à la Ramones e em relação à indumentária, nada de novo, tanto a guitarrista/vocalista (Fukiko The End) como a baixista (Suyako The End) vestem casacos de cabedal e todas usam e abusam dos jeans.
Só editaram um álbum em 2005:

Apesar dos Ramones serem a principal influência, é evidente o gosto especial pela pop dos anos 60, como se pode comprovar pelas covers dos SONICS com "Have Love Will Travel" e dos MC5 com "Kick Out The Jams" (atenção: grande cover!). Ainda fazem uma cover fantástica dos SAINTS com "Do The Robot".

Apesar de andar a vasculhar na net não consegui encontrar a razão para tão curiosa forma de baptizar uma banda, mas se foi uma homenagem japonesa a Portugal, cá estamos nós a retribuir dando o destaque merecido nesta competição feroz que é o mundo do rock.

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Snuffed by the Yakuza - swedish quality

Existem uma dezena de bandas suecas com qualidade. Podemos referir os The Hives, Refused, The Manikins ou os Masshysteri mas uma das menos conhecidas e que é simplesmente fabulosa são os Snuffed By The Yakuza.

Surgiram em 2003 na cidade de Uppsala, Suécia e desde logo se destacaram por incluirem elementos de art-punk/screamo ao seu som de garage-punk.
Durante o seu período relativamente curto (terminaram em 2009), a banda passou a ser conhecida por caóticos shows ao vivo, bem como pelo seu estilo apurado de escrita de canções.
Os dois álbuns editaram foram "Snuffed By The Yakuza" em 2005 e "Everybodys Gonna Die Tonight" no ano seguinte.

 Para além destes dois álbuns, editaram ainda vários EP's como foi o caso de:

• "Snuffed By The Yakuza EP" em 2003;
• "It's Dirty Chords... But Someone's Gotta Play Them! EP" em 2004;
• "The Yakuza Slide EP" em 2004;
• "Fast Livin' EP" em 2006.

Passem pelos comentários para terem acesso a estes discos que são cada vez mais dificeis de se encontrarem, mas antes vejam este video fabuloso onde Lee De Parade mostra a atitude exemplar de um front-man de uma banda de rock n roll. Simplesmente espectacular!

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Carbonas - "in your face" punk rock!

Não se iludam quando vos disserem que o punk rock morreu no final dos anos 70, os Carbonas são uma banda de Atlanta, Georgia (USA) que surgiram em 2003 e que perfeitamente incorporam tudo o que é bom no punk rock.

Aqui encontramos a fórmula certa que me fez apaixonar por este estilo por volta dos anos 80: um par de acordes repetidos cerca de cem vezes no espaço de dois minutos e uma melodia viciante que paira sobre toda a música.
Lançaram três álbuns de originais (todos sem nome oficial) entre 2003 e 2007 e são ALTAMENTE recomendados:

O que se nota nestes discos é que transpiram energia por todos os poros e têm uma produção impecável por nos apresentarem um som muito cru e rude. Os temas são curtos e tocados em tal velocidade que soam ainda mais curtos.
Eu gosto da vibe da banda, porque parece ser sincera. Isto é puro rock and roll. Sem truques, sem poses, apenas cinco gajos que tocam música como se as suas vidas dependessem disso.
Passa pelos comentários para teres acesso a estes discos que são muito dificeis de encontrar nas lojas da especialidade.

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Lost Sounds - dia 3 - the EP's

Para concluir estes posts sobre os Lost Sounds, ficamos com os vários EP's editados:

• "Plastic Skin" em 1999;
• "1 + 1 = Nothing" em 2001;
• "No One Killer" em 2004;
• "Future Touch" em 2004;
• "Motorcycle Leather Boy" em 2008.

 

A última apresentação ao vivo da banda foi em Estugarda (Alemanha) em Maio de 2005.

Após a trágica morte de Jay Reatard em Janeiro de 2010, Alicjia Trout continuou a editar álbuns com os seus River City Tanlines e Rich Crook continuou com o seu projeto a solo Lover!

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Lost Sounds - dia 2 - the Albums

Continuando com os Lost Sounds, banda de rock de Memphis, Tennessee. Formados em março de 1999 por:

• Rich Crook na bateria;
• Jay Reatard nos sintetizadores, guitarra e vozes;
• Alicja Trout nos sintetizadores, guitarra e vozes;
• para o lugar de baixista tiveram vários, como por exemplo, Steven, Jonas e Patrick Jordan.

A banda fazia um garage-rock com uma enorme dose de sintetizadores/teclados que Alicja já utilizava na sua anterior banda (The Clears). Editaram quatro álbuns de originais e duas compilações de demos e outtakes:

• "Memphis Is Dead" em 2001;
• "Black Wave" em 2001;
• "Outtakes & Demos Vol.1" em 2001;
• "Rat's Brains & Microchips" em 2002;
• "Demos II" em 2003;
• "Lost Sounds" em 2004.

Os Lost Sounds frequentemente falam de temas dark, seja em temas apocalípticos ("Breathing Machine") ou em temas mais reais como o massacre na escola Columbine (em "Blackcoats/Whitefear").

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Lost Sounds - dia 1 - the Best Of's

Fantástica banda de Memphis, Tennessee (USA) formada por estes músicos consagrados:

• Alicja Trout (Black Sunday, River City Tanlines, Fitts, Nervous Patterns, Mouserocket) 
• Jay Reatard (Angry Angles, Bad Times, Final Solutions, Nervous Patterns, Reatards, Terror Visions)
• Rich Crook (Knaughty Knights, Lover!, Reatards)

Existiram de 1999 a 2008 e fizeram uma misteriosa mistura de rock de garagem com black metal. Imaginem uma banda de garage-rock com resmas de sintetizadores assustadores.

Neste primeiro dia dedicado aos Lost Sounds deixo aqui as duas compilações "Blac Static" e "Lost Lost" que foram lançadas em 2011 e 2012, respectivamente.

 Não percam nos próximos dias a discografia completa desta fabulosa banda que os meus vizinhos já estão completamente fartos de ouvir.

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Jeffrey Novak - corte com o passado

Jeffrey Novak sempre foi um apaixonado pela década de 70 e em especial pelo glam rock dos T-Rex e David Bowie (fase de "Ziggy Stardust"), bem como pela onda nova-iorquina de John Cale e Lou Reed (fase de "Transformer").
Disposto a deixar o rock apenas para o seu projeto Cheap Time, já falado aqui, Novak resolveu seguir uma carreira a solo onde declara o seu amor pelas baladas glam e mid-tempo rock onde os teclados percorrem todas as faixas deixando para trás toda a gritaria dos seus anteriores trabalhos. Não é uma exposição de energia crua e guitarras hipnóticas, aqui Novak dá bastante uso ao seu piano.

"After the Ball" foi lançado em 2009 e definitivamente é um corte completo com os seus anteriores álbuns a solo e aos quais estava acostumado, estranhei bastante mas com o passar de tempo e após alguns audições comecei a ver a beleza das melodias presentes. Faz lembrar aqueles fracassados ​​álbuns piano-bar do glam que se costuma encontrar nas prateleiras empoeiradas e aos quais ninguém lhes pega sequer, mas que se tornam autênticas pérolas sonoras.
Em 2012 lançou "Baron in the Trees" e é um disco simplesmente fabuloso para um apaixonado por David Bowie (na sua melhor fase antes dos 80's) como eu. Claramente que fez parte do meu best of 2012, (ver video) e é um disco onde Jeffrey Novak se apresenta na sua melhor forma e onde obviamente toca todos os instrumentos, como podem comprovar no video seguinte:

Para concluir, são duas obras que mantêm uma identidade única, construindo um novo som que transcende época ou local, soando a uma mistura de Jay Reatard com Mark Sultan. Não há dúvida de que os Cheap Time são uma grande banda, mas Jeffrey está a seguir uma viagem a solo por um caminho muito bom que espero que perdure durante vários anos.

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Jeffrey Novak One Man Band

A par de Jay Reatard e Ty Segall, Jeffrey Novak será o nome que irá constar na história do garage punk/rock do início do século XXI.
Antes de formar os Rat Traps ou os Cheap Time já Novak fazia música no seu quarto (literalmente) sempre na perspectiva punk do Do It Yourself.
Imaginem uma banda composta por dois guitarristas, um baterista, um vocalista que grita ao ponto de quase fazer explodir os seus pulmões. Conseguem imaginar? Jeffrey Novak faz isso tudo SOZINHO!
Considerado o Houdini de Memphis, em dois anos apenas (2004 e 2005) lançou quatro álbuns simplesmente fabulosos (para além de vários EP's) onde transborda fúria e raiva em cada acorde saído da sua guitarra:

• "To Hell In A Hand Basket" - em 2004
• "Jungle Beat Stomp" - em 2004
• "Go Way Out" - em 2004
• "Southern Trash" - em 2005

Logo de seguida à edição destes álbuns, cria os Rat Traps com a sua irmã (April Novak) onde assume a posição de baterista e vocalista mas esta formação dura pouco tempo não chegando a lançar sequer um álbum de originais. Em 2008 muda completamente o seu som e vira-se para o glam-rock, mas isso irá ficar para o próximo post.
Passa pelos comentários e terás acesso a estes discos extremamente raros para que possas ganhar inspiração e libertares o one man show dentro de ti.

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Smart Cops - punk rock from Veneza

Smart Cops são um quarteto de hardcore/garage punk de Veneza, Itália formados a partir das cinzas dos La Piovra.
Estes quatros jovens apresentam-se fardados com casacos de cabedal, luvas pretas e boinas inclinadas e tentam mostrar que a profissão mais odiada no mundo da música também pode ser cool.
Editaram o seu único álbum "Per Proteggere E Servire" em 2011 (fez parte dos melhores álbuns de 2011, ver video) e é um autêntico festival de malhas rápidas e divertidas, como deve ser todo o punk, fazendo lembrar uns Black Flag / Circle Jerks no início dos 80's, intercalado com uma valente dose de punk de 77 na onda dos The Kids / Buzzcocks.

Para além deste álbum também lançaram vários EP's como é o caso de "Smart Cops" (em 2007) e "Cominciare a Vivere" lançado dois anos depois.

Para a sua tour de 2009 editaram aquele que foi o seu maior clássico, um single com apenas uma música sobre polícias, isto é, pegaram em todos os clássicos punk sobre o tema cops e fizeram um medley simplesmente fabuloso. Imperdível para todos os fans de punk-rock! Em "Tour One-Sided EP" encontramos os seguintes clássicos recriados:

• "cop cars" - The Boys
• "police bastard" - Doom 
• "fascist cops" - The Kids
• "police, police" - Raw Power
• "Hate the police" - The Dicks
• "police story" - Black Flag
• "police truck " - Dead Kennedys

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Cheap Time - Jeffrey Novak's main project

Uma mistura potente de riffs, melodias glam rock pop, e muita energia punk, os Cheap Time são o projeto mais consistente de Jeffrey Novak, um nativo de Nashville, Tennessee (USA), que começou a tocar em bandas punk na adolescência.
O grupo foi formado em 2006 quando Jeffrey decidiu terminar o seu anterior projeto (Rat Traps), por já estar farto de ser apenas baterista, e em conjunto com dois ex-membros dos Be Your Own Pet, Jemina Pearl (baixista) e Nathan Vasquez (baterista) lançar-se nesta aventura de glam/seminal punk. Esta formação durou muito pouco e apenas lançou um EP (em 2007), já que estes dois membros decidiram dedicar-se totalmente aos BYOP.

Os Cheap Time lançaram três álbuns de originais na editora In The Red Recordings:

• O disco de estreia de titulo homónimo foi editado em 2008 e apresenta um som na onda dos primeiros dos Redd Kross os dos The Quick. Neste álbum Jeffrey faz-se acompanhar de Stephen Braren (baixista) e Jon Sewell (baterista).
• em 2009 resolveu mudar novamente de formação e recrutou um novo baterista, Ryan Sweeney para substituir Jon. No ano seguinte editaram "Fantastic Explanations (And Similar Situations)" e neste disco nota-se uma maior sonoridade glam, fazendo lembrar os The Kinks ou New York Dolls.
•  Em 2012, Jeffrey Novak volta a mexer na formação da banda e lança Cole Kinnear para o lugar de baixista por troca com Stephen. Lançam o seu terceiro e melhor álbum até hoje, denominado "Wallpaper Music" onde a influência punk atinge o expoente máximo. Já tinha falado neste álbum aqui, aquando do meu best of 2012, por isso pouco mais a acrescentar.

Agora resta-nos ficar na esperança que Jeffrey Novak se digne a visitar este cantinho à beira-mar plantado, mas enquanto isso não acontece passem pelos comentários e oiçam estes discos que são altamente recomendados!

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The Future Primitives - garage rock made in Africa

Considerados os Thee Oh-Sees africanos, os Future Primitives são um trio sul-africano que tem vindo a conquistar cada vez mais adeptos na cena garage-rock.
Formados em 2011 por dois ex-membros dos Revelators, Johnny Tex e Heino Retief a que se juntou o baterista Warren Fisher.
Editaram apenas dois álbuns, o primeiro lançado em 2012 denominado "This Here’s The Future Primitives" e o segundo lançado no ínicio de 2013 com o curioso título "Songs We Taught Ourselves" onde fazem covers de várias bandas como por exemplo, Mummies, Link Wray, Milkshakes, Captain Beefheart, etc.

O nome da banda é uma contradição visto que as  gravações são despojadas de todos os avanços tecnológicos, utilizando as técnicas mais básicas para capturar o som e passá-las para a fita.

Nos comentários tens acesso a estes dois diamantes negros, mas se tiveres curiosidade, passa pelo bandcamp da banda para os ouvires.

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The Blowtops - garage horror rock n roll

Este quarteto de Buffalo, New York (USA) sempre lançou álbuns explosivos, barulhentos, assustadores, capazes de nos fazerem arrepiar, mas essencialmente bom rock'n'roll com altas doses de feedback.
Deram-se a conhecer em 1997 ao editarem o seu EP de estreia "Voodoo Alley", seguido do álbum "Deep Thrust" lançado no ano seguinte.
Lançaram ainda nesse ano o EP "Manic Murder Marla" onde prosseguiram com o seu som que nos esbofeteia a cada música, sempre sob um monte de eco e feedback, soando a uma mistura de Jon Spencer na era de "Extra Width" e Henry Rollins quando este estava nos Black Flag.

Em 2002 continuaram na procura do som perfeito através dum álbum ainda mais poderoso e maníaco que apelidaram "Black Static", mas sem antes continuarem a lançar EP's como "Menacing Sinstress" (2000) e "Blood And Tar" (2001).

Em 2005 lançaram um álbum mais polido onde o feedback deixou de povoar todas as malhas, mas com a adição de teclados o seu som continuou assustador e arrepiante. Esse álbum é "Insected Mind" e é altamente recomendado!

Nos comentários irás encontrar todos os discos aqui referidos para que possas arrepiar os teus vizinhos.

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