28/02/2013

E agora, Puerto Rico? Fim dos Davila 666?

Este post não serve para apresentar nenhuma banda porto-riquenha mas sim para dar a conhecer o que está a acontecer no panorama rock deste país. Agora que os Davila 666 resolveram dar um tempo (será que é para sempre?), surgem novos projetos dos membros desta mítica banda.
O vocalista Carlos (Sir Charles Davila) resolveu enveredar pelos caminhos do hip-hop com os seus Füete Billëte:

AJ Davila (baixista/guitarrista/teclista) é (foi?) o compositor de maior parte dos temas dos Davila 666 e sem dúvida que é o homem a observar quando lançar o seu álbum a solo.
Entretanto já lançou um single e desde logo aguçou o meu apetite para o que aí vem.

AJ espera lançar três singles antes do álbum, que ele prevê editar no final do ano. Ainda não se sabe qual a editora que irá lançar este material, mas AJ já disse que uma música chamada "Michelle" irá ter a participação de Cole Alexander dos Black Lips.
E assim encerro a semana dedicada ao rock feito em Porto Rico.

27/02/2013

Las Ardillas - Puerto Rico rock finest 3

Que os Davila 666 conquistaram o mundo e deram a mão aos Los Vigilantes já muita gente sabe, o que pouca gente sabe é que dois membros dos Davila já antes tinham uma banda de pop/punk/rock chamada Las Ardillas. Nos últimos dez anos, os Las Ardillas foram os filhos pródigos do rock porto-riquenho tocando em caves, clubes, festivais e festas de aniversário (e há quem diga, em casamentos) para centenas e centenas de fãs.
Este é o seu álbum de estreia editado em 2011 e que contém os seus maiores hits lançados até então.
Os temas das 11 canções que compõem este álbum são as do costume para estes jovens de San Juan, isto é, mulheres, drogas, álcool, brigas e mais drogas.
Enquanto os Davila são mais conhecidos pela seu som mais garage-rock, os Las Ardillas levam-nos num passeio selvagem através do punk do final dos anos 70 e início dos anos 80 semelhante ao já produzido pelos Dead Boys, Richard Hell e Dead Kennedys. 
"Nancy", "Adios a la Vieja Alegria" e "Encerrado" são os destaques, mas este é um registo do melhor rock que se faz na terra do reggaeton.
Podem ouvir o álbum na integra aqui:

O outro destaque vai para a faixa que encerra o álbum e que tem um vídeo simplesmente fabuloso:

26/02/2013

Los Vigilantes - Puerto Rico rock finest 2

Mais uma banda vinda de San Juan, Porto Rico. Este é o seu álbum de estreia e foi um destaque na minha lista de melhores álbuns de 2011 (ver aqui):
Não se deixem enganar pela capa horrível, isto é um grandioso álbum de rock cantado em espanhol. Os Los Vigilantes são um gang de quatro rapazes com aparência oleosa que fazem um rock/punk/rockabilly que nos transporta imediatamente para os anos 50.
O seu som não é assim muito diferente dos Davila 666 (o guitarrista desta banda até os costuma acompanhar nos seus concertos e participou no álbum "Tan Bajo"), mas os Los Vigilantes fazem-no duma forma mais crua e rude que me agrada bastante.
 
Desde os primeiros acordes a saírem do disco que os Los Vigilantes mostram uma forte integração melódica em "Ven Vamos" que nos conseguem roubar o coração e fazer-nos sonhar como seria viver em Porto Rico nos anos 50/60. "Echame la Culpa" e "Me Imagino" são verdadeiramente cool. "Eres Tú" é uma desgostosa canção de amor com salpicos de Reigning Sound / Compulsive Gamblers e capaz de fazer cair uma lágrima ao mais cruel dos sádicos.
"Letal", "Pégame" e "No" são apenas bom punk-rock, de nos fazer levantar o punho bem alto e entornar a cerveja que ainda resta no copo.
Afinal de contas, garage-punk encontrou as suas raízes na década de 60, mas é tudo na maneira de fazê-lo, que faz com que o R em rock'n'roll seja cada vez mais um R maiúsculo.
Nos comentários tens acesso a 14 faixas onde vais poder viajar por sons na onda enorme que vai de Dick Dale a Black Flag passando pelos Beach Boys, mas sempre cantados em castelhano!

25/02/2013

Davila 666 - Puerto Rico rock finest

Em Porto Rico, o garage lo-fi psicadélico tem um nome: Davila 666. Vindos da capital do país, San Juan, sete jovens decidem adoptar o mesmo apelido (à la Ramones) e formar uma banda:
  • Sir Charles Davila: voz principal, pandeiretas 
  • AJ Davila: voz, baixo, guitarra, teclado
  • Miss Davila: guitarra ritmica, back vocals
  • Johnny Otis Davila: guitarra, back vocals
  • San Pablo Davila: bateria, guitarra, back vocals 
  • Panda Davila: pandeireta, back vocals
  • Gigi Davila: guitarra 3, bateria, back vocals
Bandas como esta são sempre benvindas; canções diretas, melodias cativantes, ecos e gritos sempre sob uma cortina de efeitos de distorção que as transformam em magia sónica.
Com dois álbuns apenas no seu percurso, o primeiro de  título homónimo lançado em 2008 e o segundo lançado três anos depois intitulado "Tan Bajo", os Davila 666 têm vindo a conquistar cada vez mais adeptos e a dar concertos por todo o Mundo (incluindo Portugal em 2010 no BRR).
As suas canções tratam de variadissimos assuntos mas os temas mais abordados são lobos, vielas sujas, lixo, drogas, traições e meninas indecentes.

Para além destes dois álbuns, os Davila lançaram vários singles, EP's e participaram em muitas compilações, lançando até um disco ao vivo. Escolho estes três por serem os mais significativos:

ALTAMENTE RECOMENDADO! E se tiverem oportunidade de os verem ao vivo, NÃO PERCAM!

Nos comentários tens acesso a todos estes discos para que possas irritar os teus vizinhos em castelhano!

23/02/2013

Nervosas - ainda se faz punk com qualidade

Apesar do que possa parecer pelo seu nome, os Nervosas não são nem cantam em espanhol. São um trio (dois homens e uma mulher) de Columbus, Ohio (USA).
Até ao momento apenas lançaram dois álbuns, "Ardentes" em 2011 e "Descencion" em 2012:
Fazem um som tipicamente punk de garagem, na onda dos Wipers, Dead Kennedys ou dos seus conterrâneos Social Distortion.
Podem escutar os álbuns aqui e visitar a secção de comentários deste post se acharem conveniente.


22/02/2013

The Raw Nerves - estes chegam de bem longe

Os Raw Nerves são uma banda de garage-rock de Auckland (Nova Zelândia) e este é o seu álbum de estreia lançado em 2012:
Destilando onze músicas em apenas 24 minutos, este é o álbum perfeito para se vestir o casaco de cabedal e acabar perdido num beco duma ruela qualquer do Bairro Alto. O som deles é uma mistura de Devil Dogs com Guided By Voices, sempre recheado com uma valente dose de power-pop.
Podem ouvir o álbum na integra no bandcamp da banda, mas pelo sim pelo não, não deixem de ver este vídeo:
Nos comentários tens acesso (tal como em todos os outros posts) a este álbum que já anda a irritar os vizinhos desde a longínqua ilha da Oceânia.

20/02/2013

Useless Eaters - mais um exemplo do DIY

Os Useless Eaters chegam-nos de San Francisco, USA, "formados" por Seth Sutton quando este tinha 19 anos de idade e que edita discos a um ritmo avassalador.
Basicamente os Useless Eaters são Seth Sutton a tocar todos os instrumentos no seu pequeno quarto e quando necessita de atuar ao vivo, convida os amigos que ele encontrar no momento, isto é, já atuou ao vivo com Jay Reatard, Ty Segall, entre outros. O primeiro álbum que vos trago aqui é "Cheap Talk :  The Singles", editado em 2011, e trata-se duma compilação de singles anteriormente lançados pelas editoras Shattered Records, Goodbye Boozy, Goner e outras.



Ainda nesse ano lançou o fabuloso "Daily Commute" e o álbum "Zulu" que fez parte da minha escolha de melhores álbuns de 2011, ver aqui, onde temos Seth Sutton a levar o seu post-punk lo-fi a níveis nunca antes vistos.
No ano seguinte lançou "C'est Bon!" pela Southpaw Records que nos deita pela goela abaixo muitas doses de fúria através da guitarra abafada de Seth.
Acabadinho de sair (19 de fevereiro de 2013) temos o seu novo álbum, denominado "Hypertension" e é um álbum onde encontramos Seth Sutton mais maduro (agora com 23 anos), e que poderia facilmente ter sido editado pela Rough Trade no início dos anos 80. É o primeiro álbum que não foi gravado no seu quarto, isto é, foi gravado no estúdio de Drew Akers em Nashville e é um grande passo para o miúdo que aos 11 anos de idade pediu uma guitarra elétrica como prenda de Natal.

17/02/2013

Paint Fumes - mais uma pérola vinda da Slovenly Records

Os Paint Fumes da Carolina do Norte, USA têm crescido rapidamente no mundo do rock’n’roll, considerando que apenas surgiram no início de 2011. Estas são as duas primeiras edições desta banda, ambas lançadas em 2012, o EP “Egyptian Rats” e o estrondoso álbum de estreia “Uck Life”.
“Uck Life” começa com um estrondo. O riff de "Space Cadet" é uma autêntica sonata de fazer estoirar o mais potente dos amplificadores. Dizer que este material é semelhante ao do início da era dos Makers não lhe faz justiça. "Space Cadet" é tão inspirador como o som dos Reatards ou de alguns álbuns saídos da Crypt Records nos anos 90. Já em "999" a guitarra vibrante faz lembrar uma mistura sempre apetecível de Hellshovel com Acid Baby Jesus, como podem comprovar aqui:
O EP que antecedeu o álbum, com o curioso nome de "Egyptian Rats", contém o seu grande hit ("Waste Of Time") e tem um vídeo simplesmente fantástico que podem ver já aqui:
Altamente recomendado! Não foi por acaso que considerei "Uck Life" um dos melhores álbuns de 2012.

16/02/2013

Black Time - Midnight World

Este álbum já foi lançado em 2006 mas ainda continua como um marco do garage-rock do início do século:
Os Black Time vêm de Londres, Inglaterra e sempre privilegiaram o empenho em vez do talento, as ideias em vez da proficiência e a energia em vez da competência para nos trazerem barulho, fuzz, gritaria... isto é, garage-rock a sério!
Se sempre prestaram atenção a zines, blogs e sites dedicados a sub-underground rock, então não há dúvida que já leram sobre os Black Time, provavelmente comparando-os com os Crime, Pussy Galore, Electric Eels, The Cramps ou com os The Fall.
O hype é justificado, e em “Midnight World” surge o casamento perfeito de percussão primitiva com camadas de guitarras opacas e sempre com a voz visceral e lo-fi de Lemmy Caution.
Para quem teve o privilégio de os ver em 2006 no Barreiro Rocks concerteza que já não precisará de descarregar o álbum que se encontra nos comentários, mas para aqueles mais distraídos... sirvam-se à vontade.

15/02/2013

A Giant Dog - second album same as the first

Acabadinho de estrear, aqui temos o novo álbum dos A Giant Dog, chamado "Bone":
Enquanto que o disco de estreia, já referido aqui, parecia ser a banda sonora perfeita para uma noite de álcool e  violência, neste fazem com que o dia seguinte ao acordar seja extremamente doloroso devido aos ossos partidos na noite anterior.
Para quem ainda não os conhece, os A Giant Dog são uma banda formada no Texas, USA em 2008 pela vocalista Sabrina Ellis (dos Bobby Jealousy), pelo baterista Orville Neeley (dos OBN III's, Bad Sports, ...), pelo baixista Graham Low, pelo vocalista/guitarrista Andrew Cashen (dos OBN III's) e pelo guitarista Andy Bauer.
Podem encontrar este álbum nos comentários o qual prevejo ser um dos grandes lançamentos de 2013.

11/02/2013

Hellshovel: para todos os fans de lo-fi psych

Como já devem ter reparado, eu gosto de rock sujo e agressivo e confesso que torci um pouco o nariz a este disco de estreia dos Hellshovel. Com o passar do tempo e após ouvir algumas vezes comecei a ficar viciado nisto e para mim este foi um dos melhores álbuns de 2012.
Os Hellshovel chegam de Montreal, Canada e são formados por dois ex-membros dos Demon's Claws. Fazem um espécie de rock psicadélico onde o LSD é um membro importante da banda. Façam como eu e dêem uma oportunidade a este álbum, não se irão arrepender.
É a trilha sonora ideal para um dia de sol, com ou sem o auxílio de certas substâncias controladas.

05/02/2013

FIDLAR: Acabadinho de sair o primeiro álbum

Fuck It Dog, Life’s A Risk” é o que os skaters da California costumam dizer antes de fazer qualquer manobra mais arriscada, sendo assim quatro skaters resolveram pegar nesta máxima e começar uma banda punk, abreviando para FIDLAR e aplicando-a a todos os aspetos da sua vida: drogas, álcool, punk rock e sexo!
Já tinhamos falado deles, como podem ver aqui, mas agora lançaram o seu primeiro álbum onde podemos ouvir todos os seus hits com uma qualidade de produção bem melhor.
Não podem, nem querem ser levados muito a sério, e isso nota-se loga na malha que abre o álbum onde gritam bem alto: "I! Drink! Cheap! Beer! So! What! Fuck! You!", bem como na "5 to 9" já que não têm hipóteses de ter um emprego das "9 às 5".
A ciência já provou que a parte do cérebro que compreende consequências a longo prazo não está totalmente desenvolvida até chegarmos aos 20 e pouco anos. Os membros dos FIDLAR ainda são jovens o suficiente e isso sente-se devido às canções cheias de energia juvenil, canções alimentadas pelo hedonismo atrevido e canções tão depravadas que Charles Bukowski iria balançar a cabeça em desgosto. Estas características tornam o álbum extremamente cativante e, apesar de ter saído há poucas semanas, já se tornou um dos registos de punk rock mais frescos dos últimos tempos. Vamos apenas esperar que algum membro da banda não morra de overdose antes de virem ao Porto para o Optimus Primavera Sound de 2013.

01/02/2013

Warm Soda - a nova banda de Matthew Melton

Depois de ter resolvido dissolver os Bare Wires após uma tour atribulada, Matthew Melton formou os Warm Soda para continuar a sua viagem pelo power-pop extremamente viciante. Este foi o álbum lançado no final de 2012 e chama-se "Someone For You":
Os álbuns dos Bare Wires não foram sempre perfeitos, e as frequentes mudanças no line-up da banda não ajudavam à consolidação do som, por isso agora que Matthew Melton encontrou um grupo sólido, com um objetivo similar em mente antevê-se algo grandioso para eles. Acreditem que este álbum tem músicas que vão ecoar na vossa cabeça durante dias!
Nos comentários podem encontrar este álbum que é altamente recomendado para todos os amantes do power-punk-pop.