Poucas pessoas se podem orgulhar de terem feito algo na sua adolescência que tenha tido como consequência o culto de milhares de fãs no mundo da música e dezenas de "macacos de imitação" como Jay Reatard o fez.
Apenas com 17 anos lançou o seu primeiro EP, na então desconhecida Goner Records, e desde logo se viu que se estava presente de algo muito importante, porque aquele puto tocava todos os instrumentos com uma intensidade e rebeldia que já não se via há muito tempo.
Natural de Memphis (uma cidade no sul dos EUA), criou a sua banda com os seus amigos do bairro (The Reatards) e desde então começou a debitar um som sujo e selvagem (tocando algumas covers) gravando maquetes no seu quarto. Há quem diga que foi a sua melhor fase, mas eu não acho.
Prosseguindo desde então por uma carrada de bandas (como é o exemplo dos brilhantes Lost Sounds) até à mais recente Final Solutions, ele sempre foi a parte mais importante no som de cada banda que entrava. A maneira de escrever canções de Jay sempre se distinguiu dos seus pares, desde a onda art/punk dos Lost Sounds nos anos 90 até à sua carreira a solo (por favor, oiçam o magnifico album "Blood Visions").
Nunca satisfeito com modas e imposições ele experimenta tudo o que há para experimentar, desde sintetizadores como é o caso dos Terror Visions à guitarra acústica de um dos seus EP's a solo, passando é claro por um som new wave/electro dos Final Solutions, nunca se sabe que som iremos encontrar numa edição com o selo de Jay Reatard.
Tal como os seus contemporaneos as grandes editoras começam a estar de olho nele e quem sabe o que ele irá alcançar no futuro? Mas duvido que ele se venda, ele sempre fez o som que lhe deu na gana.
Obrigado Jay por me fazeres gostar de música que eu pensava que nunca iria gostar.
Nos comentários está lá o link para sacarem a primeira demo-tape dos Reatards (Greg Oblivian toca bateria), cortesia do próprio Jay!
Nada que irrite mais os vossos vizinhos do que os Reatards, acreditem em mim!