30/09/2012

Audacity: de pequenino se torce o ...


Os Audacity são a prova viva que Orange County não pára de produzir grandes bandas e que Califórnia ainda tem qualidade para surpreender no mundo do rock.
Quatro amigos de 14 anos decidiram formar uma banda tentando ligar o power-pop dos Modern Lovers com o punk dos Descendents e Adolescents. O curioso nisto tudo é que isto foi feito já durante o século XXI, isto é, não sabia que as crianças de hoje ainda davam importância a estas bandas que já eram simbólicas durante a minha juventude (e acreditem, essa já lá vai há muitos anos). Tal como eu, devem estar a pensar que devem ser uns miúdos armados em punks e sem conteúdo nenhum, mas não! Aí está o que me surpreendeu nesta banda, eles conseguiram fazer um som fresco juntando-lhe uma valente dose de garage-rock  (Thee Makeout Party foi outra das suas grandes inspirações). Sendo assim, não são garage, não são rock, não são pop, não são punk, são isso tudo junto. Uma banda a acompanhar, sem dúvida.
Agora na casa dos vinte já são maduros o suficiente para fazerem álbuns de qualidade e a prova disso são os seus únicos lançados até ao momento:

O primeiro “Power Drowning” de 2008 é fantástico, onde chegam a fazer uma cover do clássico dos Dicks (“Hate the Police”) e só por isso mereceram logo a minha atenção. Podem ouvir o disco todo aqui para tirarem todas as dúvidas.
O segundo foi lançado este ano (2012) e tem o nome de “Mellow Cruisers” e continua na senda do primeiro mas com um som mais polido. Fiquei um pouco dececionado devida à carrada de EP’s que lançaram durante estes anos e que ouvi religiosamente, estava a contar com algo melhor, mas não deixa de ser um bom disco. Podem ouvir uma música deste álbum que não é definidora do seu estilo, mas é o único vídeo com qualidade que se encontra disponível:
Para aqueles mais velhos e que desconfiam sempre desta rapaziada, deem-lhes uma oportunidade ouvindo os discos que se encontram nos comentários deste post.

28/09/2012

The Gorgons: from Paris with love

Banda de Paris, França com um som altamente influenciado por Billy Childish e todas as bandas por onde este andou (Milkshakes, Mighty Caesars, MBE's, etc.).
O dono duma editora chamou-lhe de "losers, sad losers, sunk unrepentant losers", não sei se eles ficaram a dever alguma coisa ou se fizeram algo de errado, o que sei é que fizeram muita coisa boa (álbuns, concertos, etc.). Estes são dois exemplos disso, são os seus dois primeiros álbuns (para mim os melhores da sua carreira):

O primeiro, com o sugestivo nome de "Number One" foi lançado em 1993 e o segundo denominado "Push That Sputnik in!" editado no ano seguinte.
Ainda continuam a dar concertos e o último disco editaram em 2010, por isso ainda continuam bem vivos.
ALTAMENTE RECOMENDADO para todos os fans de garage-rock puro e duro!


Nos comentários encontrarás estes dois álbuns para que possas libertar a tua veia Childish'iana.

27/09/2012

Tokyo Electron: uma banda que soube acabar no auge!

Banda do Arizona, EUA criada por um ex-membro dos Reatards, os Tokyo Electron editaram apenas dois álbuns na sua curta existência.

O primeiro de nome homónimo surgiu em 2005 e o outro ("AZ 238") em 2009 mas que contém dez músicas gravadas em 2007/2008. Após este álbum Ryan Wong formou os Earthmen And Strangers (outra banda fantástica!) e o baterista abandonou a banda, por isso provavelmente este tenha sido mesmo o último álbum da banda.
Podemos vê-los no video seguinte onde tocam a música que abre o seu primeiro álbum:
Nos comentários encontrarás os dois álbuns para que possas irritar os teus vizinhos até eles ficarem de olhos em bico.

26/09/2012

The Hex Dispensers: no Texas não há só petróleo

Vindos diretamente de Austin, no Texas os Hex Dispensers são uma banda formada em 2006 por Alex Cuervo (ex-membro dos Blacktop, Gospel Swingers, ...).
Lançaram o primeiro álbum em 2007 ("The Hex Dispensers") e este segundo álbum em 2009 ("Winchester Mystery House") e são uma banda que tento sempre acompanhar tudo o que editam.

O seu som é altamente contagiante mas o que mais me cativa são sem dúvida as suas letras que tratam de temas como morte e/ou ocultismo.
Podemos ver o único video oficial da banda onde se denota um ambiente de amor/ódio entre um casal à medida que os anos em conjunto vão passando:


Nos comentários poderás encontrar este álbum, mas aconselho que passem pelo bandcamp da banda para ouvirem mais músicas!

24/09/2012

The Black Jaspers: quando King Khan resolve ser punk

Os Black Jaspers foram criados por King Khan (King Khan & BBQ, Shrines, etc.) e pelo alemão Jasper Hood (Moorat Fingers) com um único objetivo: fazer um punk lo-fi extremamente disparatado na onda dos Angry Samoans, Electric Eels, The Spits ou qualquer faixa das compilações Killed By Death.
O primeiro álbum foi gravado em 2001, mas apenas foi editado em 2009 como se se tratasse dum vinho extremamente raro que necessitasse de marinar durante uns anos para atingir o melhor sabor.
Agora em 2012 lançaram o segundo álbum ("Scum Of The Moon") e são mais canções na linha do anterior.


Nos comentários tens acesso a estes dois devaneios de King Khan que não se cansa de nos surpreender. 

22/09/2012

The Spaceshits: melhor banda canadiana de sempre?

Vinda de Montreal, Canadá os Spaceshits eram formados por Mark Sultan (aka BBQ), Blacksnake (aka King Khan), Oily Chi, Stinky B. e Skid Marks.
Editaram apenas dois álbuns de originais:  "Winter Dance Party" em 1997 e "Misbehavin'" em 1999 através da editora Sympathy For The Record Industry, mas que foram altamente marcantes no final dos anos 90 na consolidação do garage-rock e até hoje são venerados por muitos fans do género.


Os concertos da banda acabavam quase sempre em confrontos com o público e autoridades e chegaram a ser banidos de tocarem em Montreal após abrirem um concerto dos New Bomb Turks.
A banda terminou quando após a sua primeira tour pela Europa, King Khan decidiu ficar por cá e não regressar à sua terra natal. Ainda hoje vive na Alemanha e mantém diversas bandas no ativo, como é o caso dos fabulosos The Shrines e Black Jaspers.

Como visitante deste blog, o mais provável é já teres estes dois álbuns, mas caso contrário poderás encontrá-los nos comentários.

17/09/2012

The Makers: isto é garage-rock!

Os Makers formaram-se em 1991em Spokane, EUA e a banda original era constituída por Mike Maker (vocalista), o seu irmão Don Maker no baixo, os guitarristas Tim Maker e John Maker e o baterista Jay Maker.
Famosos pelas suas caóticas apresentações ao vivo e por se deslocarem em tour com o seu Pontiac de 1965 (ver foto) estava-lhes destinado um lugar especial no garage-rock dos anos 90.

Após a edição de um EP e a saída de John Maker da banda, lançam o álbum de estreia "Howl" em 1993, cheio de guitarras estridentes que depressa cativaram todos os fans de garage-rock. 

"Howl" não é um grande álbum, já que não conseguiram captar a energia libertada em palco e os álbuns seguintes foram bem melhores como é exemplo o álbum de 1997 ("Hunger") onde encontra os Makers no auge da cena garage, tocando nos principais festivais e buracos pelo planeta, centralizando as atenções. Porém, ainda insatisfeitos, Jay, Don, Jamie e Mike Maker guardavam uma nova e explosiva carta nas mangas; Hunger é o nome perfeitamente escolhido para batizar o disco mais selvagem da discografia da banda - músicas curtas, letras sarcásticas, guitarras altas e descontroladas abrem caminho para um vocal dotado de loucura e ironia, tudo supervisionado de perto pelo produtor Tim Kerr. Passados cerca de quinze anos desde o lançamento, Hunger ainda surge como um dos principais discos do garage-rock dos últimos tempos, curto e grosso.

Nos comentários tens acesso a estas duas autênticas relíquias dos anos 90.

12/09/2012

Nobunny: a melhor faceta de Justin Champlin

Nobunny é a figura criada por Justin Champlin, que já participou em diversas bandas como os Sneaky Pinks ou os Okmoniks, para expressar o seu amor pelo garage rock/pop dos anos 60 acrescentando-lhe uma valente dose de Ramones e Cramps.


Lançou apenas dois álbuns de originais, "Love Visions" em 2008 e "First Blood" em 2010, para além de vários EP's e singles.
Como curiosidade Justin atua sempre semi-nu e com uma máscara de um coelho (bunny), como podemos ver pelo video seguinte onde faz uma versão acústica do seu grande hit:

Mas onde Nobunny demonstra o seu verdadeiro potencial é nas apresentações ao vivo, como podemos ver no seguinte video (reparem que a música é a mesma do vídeo acima):

Nos comentários encontrarás os dois álbuns deste monstro do garage rock enquanto esperamos que ele venha a Portugal num futuro próximo.

07/09/2012

Turbonegro: novo vocalista, novo baterista e novo disco


Os Turbonegro são uma das minhas bandas preferidas desde que lançaram o álbum Ass Cobra em 1996. 
Este é o seu último álbum, lançado este ano, agora já sem o carismático vocalista (Hank von Helvete) que foi substituído pelo londrino Tony Sylvester (líder da Turbojugend londrina).
Se há banda a não perder ao vivo, esta é a banda!


Em relação a este novo disco, tinha muita curiosidade em saber se o novo vocalista estava à altura da tarefa e se mantinham o mesmo estilo de rock. Fiquei extremamente agradado e aposto que se irão manter juntos por mais uns anos.

Nos comentários tens acesso a este regresso dos reis do deathpunk.

06/09/2012

Final Solutions: Jay Reatard era Midas

Final Solutions foram uma banda garage/punk de Memphis, EUA que lançaram dois álbuns entre 2002 e 2007.
Zac (vocalista) e Justice (guitarrista) eram dois amigos que viviam juntos e tinham uma banda de hardcore denominada Jack Monkeys e devido a problemas pessoais na vida de Jay Reatard (na altura com apenas 16 anos) que o levaram a mudar-se para casa de Zac, este foi recrutado para tocar bateria nesta banda. Como curiosidade, os Jack Monkeys participaram num concurso local de bandas amadoras e ficaram em 3º lugar tocando apenas covers de Oblivians.


Entretanto cada um foi à sua vida até que se juntaram passados uns anos e resolveram criar uma banda: Final Solutions, contratando mais um guitarrista (Quinn) e um baixista (Tom). Editaram o primeiro EP em 2002 e o primeiro álbum (“Disco Eraser”) logo no ano seguinte. Após a edição de muitos EP’s e singles lançaram aquele que viria a ser o seu segundo e último álbum “Songs by Solutions” em 2007.


Nos comentários tens acesso a mais este momento dourado da vida de Jay Reatard.

05/09/2012

The Functional Blackouts: melhor banda da Criminal IQ Records


Guitarras distorcidas, vozes cavernosas (à la Cramps ou Reatards) e bateria tocada em ultra-velocidade assim é o som dos Functional Blackouts, que é tão abrasivo que vai ficar a ecoar nos teus tímpanos por um longo período.
Estes punks de Chicago, EUA que apenas lançaram dois álbuns de originais (e uma carrada de EP's e singles) e que se separaram em 2006 foram uma das mais importantes bandas dos últimos tempos (para mim a melhor banda que saiu de Chicago nos últimos 30 anos) e levaram o trash rock-n-roll a um nível mais elevado, empolgando fans de Supercharger, Reatards, Tyrades e Baseball Furies.

Após a separação da banda os seus membros formaram muitas bandas (Mac Blackout Band, Mickey, Worst, Women in Prison, …) mas a mais aconselhada é sem dúvida os Daily Void que continuaram o mesmo estilo musical.


Nos comentários encontrarás estes dois discos e que são essencialmente recomendados sempre que estiveres com vontade de libertar o espírito bárbaro que existe dentro de ti.


04/09/2012

Los Peyotes, Davila 666, Los Vigilantes, Luis & Wildfires tocando Rolling Stones

Se há coisa que a Norton Records faz bem é lançar discos de qualidade, não há dúvida. Um dos seus maiores sucessos tem sido versões de temas dos Rolling Stones, interpretados por algumas das melhores bandas da atualidade. Em 2010 lançaram este single duplo com quatro versões de Jagger / Richards adaptadas ao castelhano por bandas latino-americanas.
A abrir temos os Los Peyotes, banda peruano-argentina que tocam “Let’s Spend the Night Together” em castelhano, isto é, “Pasemos la noche juntos” e que Bam Bam, o baterista da banda, fez este vídeo simplesmente fantástico:

Depois surgem os Davila 666, banda porto-riquenha que já tive a felicidade de ver ao vivo quando vieram ao Barreiro Rocks e que tocam um “Borrando el negro” (She’s a Rainbow) simplesmente delicioso e cheio de psicadelismo lo-fi.

Luis and the Wildfires, banda que vem da California, simplesmente desfaz “Get off of my cloud” tornando-a mais fresca e excitante.

A terminar temos outra banda porto-riquenha, os Los Vigilantes, com um “Paint it Black” tocado de forma magistral e para mim a melhor versão deste disco, simplesmente fantástica!


Nos comentários tens oportunidade de ter acesso a este raríssimo disco com as três melhores bandas latino-americanas de garage-rock da atualidade.